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10 Erros Comuns na Instalação de Energia Solar e Como Evitá-los

Erros na instalação da energia solar são responsáveis pela maioria dos sistemas que não entregam o retorno esperado ou apresentam falhas precoces.

Os principais são dimensionamento errado, escolha inadequada de equipamentos, orientação incorreta dos painéis e problemas de sombreamento, além de falhas na estrutura, na elétrica e na aprovação junto à concessionária.

Investir em energia solar exige cuidado redobrado exatamente porque o sistema vai operar por 25 a 30 anos.

Um único deslize na fase de projeto ou execução pode reduzir a geração em até 40% ou gerar custos extras de manutenção que ninguém previu.

Neste artigo você vai descobrir os 10 erros mais frequentes que instaladores e proprietários cometem, entender exatamente por que eles acontecem e, principalmente, receber orientações práticas para evitá-los desde o primeiro contato com a empresa.

Erros na Instalação da Energia Solar: por que eles acontecem com tanta frequência?

A pressa por economizar é o maior combustível dos erros na instalação da energia solar. Muitos clientes comparam apenas o preço final e ignoram que um sistema fotovoltaico envolve engenharia elétrica, estrutural e integração com a rede da concessionária.

Outro fator comum é a falta de informação atualizada. Normas como a REN 482/2012 e a 687/2015 mudam com frequência, e empresas que não acompanham essas atualizações entregam projetos obsoletos que são rejeitados ou funcionam mal.

Por fim, a explosão do mercado atraiu centenas de novas empresas sem experiência real.

Contratar por indicação de vizinho ou pelo menor preço costuma ser o caminho mais curto para uma instalação de energia solar errada.

A boa notícia é que quase todos esses problemas são previsíveis e evitáveis quando você sabe onde focar a atenção.

1. Dimensionamento incorreto do sistema fotovoltaico

O dimensionamento errado é o campeão absoluto entre os erros na instalação da energia solar.

Quando o sistema gera menos do que o consumo, você continua pagando conta alta; quando gera muito mais, o excedente demora décadas para compensar o investimento extra.

Muitos orçamentos são feitos com base em apenas uma fatura de energia, sem analisar o perfil real de consumo ao longo do ano.

Ar-condicionados novos, carro elétrico ou aumento da família mudam tudo em poucos meses.

Além disso, as perdas naturais do sistema (inversor, cabos, temperatura) raramente são calculadas com precisão por instaladores inexperientes. O resultado é um projeto que parece perfeito no papel, mas decepciona na prática.

Engenheiro verificando dimensionamento correto do sistema solar residencial

Para evitar esse problema, exija um estudo de carga completo com medição dos principais equipamentos e margem de 15-20% para crescimento futuro.

2. Escolha inadequada dos equipamentos

Comprar painel ou inversor só pelo preço é outro erro clássico. Módulos de baixa qualidade perdem eficiência 2 a 3 vezes mais rápido que os de marcas tier 1, e inversores sem suporte técnico local viram dor de cabeça em poucos anos.

A compatibilidade entre componentes também é ignorada com frequência. Um inversor que não aceita a tensão dos painéis ou que tem poucos MPPTs força configurações ineficientes e reduz a geração em dias nublados.

Verifique sempre a certificação Inmetro dos módulos e se o inversor possui homologação da concessionária local.

Esses detalhes parecem burocracia, mas garantem que o sistema funcione dentro das normas e com garantia real.

CritérioO que evitarO que exigir
PainéisMarcas desconhecidas, eficiência < 19%Tier 1, garantia de produto 12-25 anos
InversorSem suporte técnico no BrasilHomologado, app de monitoramento
Cabos e conectoresSeção insuficiente, sem proteção UVBitola correta, certificação TÜV

3. Orientação e inclinação erradas dos painéis solares

No Brasil, a orientação ideal é sempre 100% para o norte geográfico (não magnético).

Cada 10° de desvio reduz a produção em até 2%, e instalações viradas para nordeste ou noroeste são problemas comuns em energia solar mal planejada.

A inclinação também varia por região: quanto mais ao norte do país, mais próximo de 10-15°; quanto mais ao sul, mais próximo de 25-30°. Ignorar isso significa perder geração no inverno ou no verão, dependendo do erro.

Alguns instaladores copiam o ângulo do telhado sem questionar. O correto é usar estruturas com ajuste de inclinação sempre que possível.

Orientação correta dos painéis solares para o hemisfério sul

4. Problemas com sombreamento que ninguém percebeu

Uma única chaminé projetando sombra em apenas 2 células de um painel pode derrubar a produção de toda a string em até 70%.

Esse é o famoso efeito “gargalo” que pega muita gente de surpresa.

Árvores que parecem inofensivas no verão crescem e cobrem os módulos em 3-4 anos.

Edificações vizinhas em construção também são armadilhas frequentes em áreas urbanas.

A análise correta de sombras exige visita técnica no solstício de inverno (21 de junho) entre 9h e 15h ou uso de ferramentas como Solpath ou SunEye. Aceitar apenas uma foto do Google Earth é risco garantido.

5. Instalação elétrica fora das normas técnicas

Aterramento inadequado é responsável por boa parte dos choques e queimas de equipamentos.

Muitos instaladores usam haste única de 2,4 m quando a norma pede malha ou duas hastes conforme resistência do solo.

Cabo subdimensionado aquece, perde eficiência e pode até provocar incêndio. Uma string de 10 painéis de 550 W exige cabo 6 mm² em trechos longos, não 4 mm² como alguns ainda fazem para economizar.

O string mal balanceado (painéis com correntes muito diferentes) força o inversor a trabalhar no menor valor, desperdiçando potência o dia inteiro.

6. Falhas na estrutura de fixação dos painéis

Telhados que parecem sólidos cedem com o peso extra e o vento. Uma estrutura mal calculada pode rasgar telhas ou até desabar em temporais fortes.

Fixadores de alumínio em telhado de fibrocimento ou metálico oxidam rapidamente se não forem inox A4.

O custo da economia inicial vira troca total em 5-7 anos.

Sempre exija cálculo estrutural assinado por engenheiro e memorial de cálculo com velocidades de vento da sua cidade (NBR 6123).

7. Ignorar a documentação e aprovação junto à concessionária

Projetos rejeitados por falta de ART, memorial descritivo incompleto ou diagrama unifilar errado atrasam meses a conexão.

Pior: sistemas ligados sem aprovação podem ser desconectados e multados.

A NORM 687 exige agora medidor bidirecional e disjuntor específico. Empresas que ainda usam a norma antiga entregam instalação de energia solar errada do ponto de vista legal.

Acompanhe pessoalmente o protocolo na concessionária e guarde todos os e-mails. Muita dor de cabeça começa com “a empresa disse que resolve”.

8. Manutenção inexistente ou feita de forma errada

Poeira, fezes de pássaros e folhas reduzem até 20% da geração em regiões secas se nunca forem limpas. Mas limpeza com esponja abrasiva ou detergente comum risca o vidro e piora tudo.

O ideal é lavar com água desmineralizada e escova macia 2 a 4 vezes por ano, sempre de manhã cedo ou fim de tarde.

Monitoramento diário pelo app do inversor é a melhor forma de perceber queda de produção antes que vire prejuízo grande.

9. Contratar mão de obra sem experiência comprovada

Empresas que terceirizam a instalação perdem o controle da qualidade. O instalador que aparece no dia pode nunca ter colocado um painel na vida.

Exija ver instalações anteriores na sua cidade com pelo menos 3 anos de operação e fale com os proprietários. Referência real vale mais que qualquer propaganda.

Seguro de instalação e garantia de 5 a 10 anos por escrito (não só do equipamento) são sinais claros de empresa séria.

10. Não fazer um projeto detalhado antes de começar

Começar obra sem visita técnica presencial é assinar atestado de problema futuro. Fotos e vídeos não mostram inclinação real, estado do telhado ou passagem de cabos.

Estudo de viabilidade econômica que considera inflação da tarifa, degradação dos painéis e custo de reposição do inversor em 12-15 anos é obrigatório para não se iludir com payback de 3 anos que nunca chega.

Leia cada cláusula do contrato, especialmente sobre correção de preço, cronograma e multas por atraso. Quem tem pressa come cru, e na energia solar isso custa muito caro.

Checklist final: como garantir uma instalação solar sem dores de cabeça

Aqui vai um resumo prático para você salvar e consultar sempre:

  • [ ] Exija visita técnica presencial com análise de sombras
  • [ ] Peça dimensionamento com margem de crescimento e perdas reais
  • [ ] Escolha equipamentos Tier 1 com certificação Inmetro
  • [ ] Verifique cálculo estrutural assinado por engenheiro
  • [ ] Confirme experiência real da equipe (fotos de obras antigas)
  • [ ] Leia e entenda 100% do contrato antes de assinar
  • [ ] Acompanhe a aprovação na concessionária pessoalmente

Seguindo esses passos, a chance de cair em erros na instalação da energia solar cai praticamente a zero.

Investir em energia solar continua sendo um dos melhores negócios que você pode fazer hoje, desde que feito com critério e calma.

O sol vai continuar brilhando amanhã independentemente da sua escolha, mas sua conta de luz e sua tranquilidade dependem diretamente dela.

Se este artigo ajudou você a enxergar detalhes que ninguém tinha explicado antes, compartilhe com aquele amigo que está pensando em instalar painéis ou no grupo da família.

E me conta aqui nos comentários: qual desses erros você já viu acontecer com alguém próximo?

Sua experiência pode evitar que outra pessoa cometa o mesmo deslize.

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